Ao ver um terço dos súditos transpor as divisas da eterna separação, Deus deixou extravasar a dor angustiante que por tanto tempo martirizava Seu coração, curvando-Se em inconsolável pranto.
Contemplando Seus filhos rebeldes, ergueu a voz numa lamentação dolorosa:
"Meus filhos, meus filhos! Já não posso chamá-los assim! Queria tanto tê-los nos braços meus! Lembro-Me quando os formei com carinho!
Vocês surgiram felizes e perfeitos, em acordes de esperança em eterna harmonia! Vivi para vocês, cobrindo-os de glória e poder! Vocês foram a minha alegria!
Por que seus corações mudaram tanto? O que mais poderia eu ter feito para fazê-los permanecer comigo?
Hoje minh’alma sangra em dor pela separação eterna!
Como olharei para os lugares vazios onde tantas vezes rejubilantes ergueram as vozes em hosanas festivas, sem me vir à mente um misto da felicidade e dor?!
Saudade infinita já invade o meu ser, e sei que será eterna!
Hoje o meu coração rompeu e quebrou-se; as cicatrizes carregarei para sempre!
Depois de proclamar em pranto tão dolorosa lamentação, o Eterno, dirigindo-Se a Lúcifer, o causador de todo o mal, disse:
“Você recebeu um nome de honra ao ser criado”.
“Agora não mais o chamarão Lúcifer, mas Satanás, O Senhor das Trevas”.