Junto à fonte do rio da vida, o Eterno curvou-Se solenemente e, com os elementos naturais da Terra, começou a moldar, com muito carinho, uma criatura especial.
Depois de alguns instantes estava estendido diante do Criador o corpo, ainda sem vida, do primeiro homem.
O Eterno contemplou-o e, após acariciar-lhe a face fria e descorada, soprou-lhe nas narinas o fôlego da vida e o homem começou a viver.
Como que despertando de um sono, o homem abriu os olhos e contemplou a face meiga de Seu Criador que, sorrindo, beijou-lhe a face agora corada e cheia de vida.
Emocionou-se ao ouvir o Eterno dizer-lhe com voz suave e cheia de afeição: "Meu filho, meu querido filho!”.
Por ter nascido do solo, o primeiro homem recebeu o nome de Adão.
As hostes fiéis que admiradas testemunhavam a grandiosa realização divina, emocionadas ante o gesto humano, prostraram-se também em reverente adoração.
Uniram então as vozes num cântico de júbilo em saudação àquela criatura especial, que despertava para a vida num momento tão decisivo para o Universo.
Com o coração cheio de felicidade, Adão uniu-se aos anjos em seu cântico de louvor.
Sua voz, ao ecoar pelos arredores floridos, misturou-se ao canto das aves e ao mugir de animais que se aproximavam em festa.
Num passeio de surpresas inesquecíveis, Adão foi conscientizado das belezas de seu lar.
Com admiração contemplou o monte Sião, donde jorrava o rio da vida, numa cascata de luz.
O glorioso monte jazia coroado por um lindo arco-íris.
Em seus passos seguiu o curso do cristalino rio, que deslizava sereno em meio às maravilhas do Éden.
Admirava-se das altaneiras árvores que, embaladas pela brisa, deixavam pender dos ramos abundantes flores e frutos.
Inclinava-se aqui e acolá, atraído pelo fulgor de pedras preciosas que por todas as partes enfeitavam o gramado.