Adão, inteiramente esquecido dos conselhos dos mensageiros celestes, havia se afastado na companhia de alguns animais.
Depois de certo tempo, sobreveio com ímpeto em sua mente a lembrança das advertências recebidas.
Soaram em seus ouvidos com clareza as últimas palavras proferidas pelos anjos:
"Não se afastem um do outro... Não se separem nem por um instante, pois é perigoso".
Subitamente o coração de Adão pulsou forte por não ver Eva a seu lado.
Ergueu então a voz num grito ansioso.
Sua voz, ecoou pelo paraíso, contudo, não trouxe consigo uma resposta.
O silêncio quase o sufocou.
Em sua aflição pôs-se a correr de um lado para outro, procurando-a, em vão.
Nessa ansiosa busca, sentiu a brisa acariciar-lhe os cabelos e recordou seu primeiro sonho.
Essa lembrança, no entanto, desfez-se ante o pensamento do perigo que os ameaçava.
Com a mente tomada por um grande senso de culpa, Adão apressou o passo na aflitiva procura.
Onde estaria a sua amada? A envolveria a tempo em seus braços, livrando-a de cair?
Mais uma vez ergueu a voz num grito ansioso que repercutiu por todo jardim: "Eva, onde você está?"
Aguardou uma resposta, mas ouviu somente um eco vazio que o desesperou.
Lembrou-se da árvore da ciência do bem e do mal; ali era o único lugar que não fora procurado onde sua companheira poderia ser iludida.
Esperando obstruir a única oportunidade do inimigo avançou em direção ao lugar da prova.
Seu coração pulsou forte ao contemplar ao longe a copa da árvore proibida.