Com a serpente em seus braços, Eva interrogou-a a respeito de muita coisa.
Maravilhou-se ao perceber que a serpente a sobrepujava grandemente em conhecimento.
Cheia de curiosidade, perguntou à serpente: Onde está a fonte de seu tão grande saber?
Responda-me, pois quero também possuí-la.
Sem perder tempo, Satanás, apontando para a árvore da ciência do bem e do mal, respondeu:
Ali está a fonte de todo meu saber.
Ele conta então uma mentirosa história: disse que era uma serpente como as demais, comendo dos frutos do paraíso.
Provando certo dia daquele fruto especial recebeu, como que por encanto, todas as virtudes.
Olhando para a árvore da ciência do bem e do mal, Eva ficou surpresa e confusa.
Privaria o Criador em seu amor algo tão bom às suas criaturas?!
Vendo-a surpresa, Satanás perguntou:
É assim que Deus disse: Não comereis de todas as árvores do jardim?
Eva, inquieta, respondeu: Dos frutos das árvores do jardim comemos, mas do fruto dessa árvore que você diz ser fonte de sabedoria, disse Deus: "Não comereis dele, para que não morrais".
A serpente em tom de desdém disse: Isso é falso.
Se fosse assim, eu teria morrido.
Certamente o Eterno os proibiu de comer dessa árvore para impedir que o homem venha a se tomar como Ele, conhecendo todas as coisas.
As palavras sedutoras da serpente causaram confusão na mente de Eva.
Em quem confiaria?
Tinha em mente a lembrança da ordem do Criador e de sua sentença, mas ao mesmo tempo tinha diante de si uma prova palpável que O contradizia.
Atordoada começou a duvidar do caráter do Eterno.
Num desafio, a serpente colheu frutos da árvore proibida e passou a saboreá-los.
Colocando um fruto nas mãos da mulher incentivou-a a comer, dizendo:
Não disse o Eterno que se alguém tocasse nesse fruto morreria?