Com o coração partido pela dor causada por aquela separação física, o Criador deixou o casal adormecido sobre a relva, depois de beijar-lhes as faces já marcadas pelo sofrimento.
Sua luz dissipou-se ao tornar-Se invisível, dando lugar às trevas daquela primeira noite fora do paraíso.
No subconsciente do casal começaram a desfilar sonhos coloridos de um passado feliz.
Encontravam-se mais uma vez em meio às belezas do Éden, saciados pôr uma alegria eterna.
Agradecidos pela vida, corriam pelos campos floridos, brincando com os animais.
Com felicidade uniam as vozes aos anjos nos harmoniosos cânticos em louvor ao Criador.
Tantas cenas lindas desfilavam em seu subconsciente, mas esses sonhos tornaram-se pesadelos, fazendo-os reviver sua tragédia.
Agonizantes despertaram em meio à escuridão daquela primeira noite no exílio.
Não conseguindo conciliar o sono, o casal permaneceu em pranto até ser consolado pelo alvorecer que revelou-lhes ao longe o saudoso paraíso.
Deus, ainda que invisível, permanecia ao lado de Adão e Eva ali na colina.
O sofrimento deles era o Seu sofrimento, como também a esperança de um dia retornarem vitoriosos a Sião.