Após contemplar por longo tempo o paraíso da eterna vida que estendia-se muito além daquele altar escuro de morte, o casal experimentou o doce alívio do descanso.
Desejosos de conhecer as paisagens de seu novo lar, Adão e Eva, animados pela esperança, saíram a passear.
Seus passos conduziram-nos por caminhos de sorrisos e de lágrimas; de encantos e desilusões; de flores que desabrochavam delicadas, banhadas em perfume, e de flores despetaladas, tombadas murchas e sem cheiro; de animais ainda dóceis e submissos e de animais inimigos, ferozes e ameaçadores.
O casal discernia em seu passeio as divisas de dois mundos: o da luz e o das trevas; do amor e do egoísmo; da esperança e do desespero; da harmonia e da desarmonia; da vida e da morte.
Essa visão encheu-lhes de tristeza e choraram longamente.
Essa tristeza aumentaria ainda mais no futuro, quando descobrissem o aprofundamento dessas divisas no seio de sua descendência.