O sol finalmente tombou no horizonte, trazendo em seu arrebol, como num último apelo ao jovem Caim, a lembrança de seus passos naquele anoitecer em que retornava ao lar.
Teria ficado retido na selva naquela noite, não fosse a luz do cordeiro sacrificado.
Essa lembrança mergulhou-o em profunda luta íntima.
Seria aceita a sua oferta de flores e frutos?!
Não seria melhor retroceder em seus passos, tomando um cordeiro para o altar?!
Invisíveis aos olhos de Caim, legiões de anjos procuravam influenciá-lo em sua solene decisão.
Em sua luta espiritual, chegou quase a abandonar seus planos, mas seu orgulho repeliu finalmente essa opção: seria humilhante àquelas alturas, confessar diante de sua irmã e de sua família, a inconsistência de sua teologia.
Enquanto contemplava no horizonte o último lampejo do arrebol, Caim rompendo com o apelo do Espírito divino, reafirmou-se em sua decisão:
Ofereceria flores e frutos em lugar de um cordeiro, inaugurando uma nova modalidade de culto pensando que, certamente, poderia ser aceita pelo Eterno.