As trevas baixaram lentamente sobre aquela colina, até cobri-la em semelhança de um espesso manto.
O momento era muito importante, pois decisões de vida e morte estavam por manifestar-se.
O que estava em jogo no posicionamento humano, era o destino do Universo.
Nos passos rebeldes de Caim e sua companheira, viam os seguidores do Eterno um grande perigo que poderia dificultar e por em perigo o triunfo do plano da redenção.
Tomavam consciência naquela noite, de que Satanás e suas hostes, procurariam conduzir a humanidade para formas errôneas de culto, baseadas em filosofias atraentes como aqueles frutos e flores colhidos por Caim, mas que em essência seria uma negação do único caminho da salvação, representado pela morte do cordeiro.
Naquela noite, dois novos casais, movidos pelo mais profundo anseio, apresentavam-se diante do Criador com suas ofertas.
A aceitação divina descerraria para eles um caminho de felicidade, em resposta aos seus mais acalentados sonhos.
Sua união sob a luz do altar, traria para eles um vislumbre das glórias futuras - aquelas que serão desfrutadas pelos redimidos - a alegria de estarem para sempre unidos ao Redentor, o amante Esposo da alma humana.
A não aprovação da oferta, traria amarga decepção, pois além de não receberem a benção do Criador, teriam consciência de estarem trilhando por um caminho de rebeldia, desligados do Autor da vida.
Foi com um misto de alegria e tristeza, que Adão e Eva dirigiram-se ao altar naquela noite, depondo sobre o mesmo a ovelha para o sacrifício.
Depois de tantos anos junto aos seus filhos, nos quais por palavras e exemplo, procuraram mostrar o caminho da salvação, colhiam agora respostas de obediência e desobediência.
Estavam felizes por Abel, e tristes por Caim.
O que mais poderiam fazer por aquele filho rebelde?!
Numa última tentativa de fazê-lo reconhecer seu erro, Adão tomando nos braços sua oferta, tateou-se até avizinhar-se do altar de Caim.
Ali, com lágrimas a banhar a face, ele implorou para seu filho a tomar aquela ovelha para o sacrifício.
Se aceitasse os seus rogos, veria surgir o fogo da benção divina, caso contrário, permaneceria mergulhado nas trevas.
Caim com arrogância menosprezou a oferta de seu pai, afirmando que o seu altar jamais seria maculados pelo sangue de inocentes animais.
Ferido pela rebeldia e ingratidão de seu filho, Adão retornou ao seu altar, onde juntamente com Eva, continuaram intercedendo pelo futuro de seus filhos.