Adão e Eva que penalizados já haviam previsto a dura decepção de Caim e sua companheira, atraídos pelos seus gemidos, apalparam-se nas trevas, até avizinharem-se de seu altar sem vida.
Ali, movidos por grande desejo de mudar-lhes a sorte, procuraram convencê-los a oferecerem um cordeiro;
O tempo ainda lhes era oportuno e se quisessem, poderiam buscar nas pastagens o rebanho, tomando um cordeiro para o altar.
Impulsionados pelo orgulho, Caim e sua irmã rejeitaram os conselhos dos pais que somente queriam a felicidade deles.
Remoendo em lamúria sua amarga decepção, Caim permaneceu o restante da noite a revolver-se em insônia.
Em seus sentimentos e pensamentos, sobrevinham agora as sombras do ódio e da vingança.
Estava irado contra o Criador, por haver rejeitado sua oferta.
Contemplando ao longe a chama da aprovação, sob a qual Abel e sua companheira viviam sua feliz união, Caim encheu-se de indizível inveja que explodiu dentro dele num furor sem limites.
Lá estava o filho preferido - aquele a quem não tolerara desde a infância.
Por que seria ele mais digno?!
Por que poderia gozar maiores privilégios?!
Inspirado pelo espírito maligno, quando o sol já estava quase raiando, Caim começou a maquinar um terrível crime.
Disse para si:
Se eu não sou digno de viver sob a luz da benção divina, nem tão pouco o meu irmão será;
Aguardarei o momento oportuno, para apagar de seus olhos todo o brilho da felicidade.